Como as alterações climáticas afetam a produção de Café?

13 Nov, 2019

As alterações climáticas são uma realidade irrefutável que afetam gravemente o nosso planeta, com especial impacto nas últimas décadas.
O aquecimento global é uma das principais e mais graves consequências destas alterações e aquele que afeta mais diretamente as culturas e a produção alimentar.

Em 2016 foi divulgado pelos especialistas o aumento da temperatura média da Terra em 1ºC.
Mesmo que pareça pouco, foi o suficiente para alterar os padrões de precipitação e a multiplicação de pragas, fungos e bactérias por todo o mundo.

As plantações de café foram igualmente afetadas, sendo que, os prognósticos mais pessimistas indicam já uma redução de cerca de 50% na produção de café até 2050, caso não sejam diminuídas as emissões de dióxido de carbono drasticamente. Se nada for alterado, provavelmente, a planta do café ficará extinta perto do ano de 2080.

Com estas alterações, de que forma serão afetados os países produtores de café?

O Instituto do Clima, no seu último relatório, estimou que a indústria do café em países como a Tanzânia, onde mais de 2,4 milhões de pessoas vivem da mesma, o cultivo e a produção de café serão reduzidos para perto de 137kg por hectare. Calcula-se que em 2060 a quantidade de solo disponível e apto para o cultivo da planta do café terá reduzido significativamente neste país.

No mesmo continente, a Etiópia será também um dos países mais gravemente afetados, uma vez que as exportações de café representam atualmente 33% da sua economia.

No caso da América Latina, onde a maioria dos países cultivam e são produtores de café, este é um dos principais setores que mais contribui para a sustentabilidade da economia.

Entre o México, a Guatemala, as Honduras, El Salvador e Nicarágua, somam-se mais de 8,5 milhões de pessoas só dedicadas a esta atividade.

Nestes países os efeitos das alterações climáticas são sentidos já há vários anos, tendo sido mais notórios na última década, com chuvas intensas e temperaturas extremas.

Particularmente na Nicarágua, os dados indicam que em 2050 terão sido perdidas a maior parte das plantações.

Também no continente asiático se vive esta problemática, onde países como o Vietname, o segundo maior exportador e café do Mundo a seguir ao Brasil, registou já em 2017 uma redução na sua produção de 20%.

O que há a fazer para combater estas alterações?

​Diferentes soluções.

A primeira delas é mudar as plantações para zonas mais elevadas e mais distantes da Linha do Equador, uma vez esta é a zona onde o efeito do aquecimento global é mais sentida.

Contudo, esta mudança pode não ser tão simples e rápida quanto parece, uma vez que as plantações de café precisam de vários anos até começarem a dar frutos de qualidade.

Outra opção é desenvolver sistemas de produção e cultivo mais resistentes, mas sobretudo, é fundamental envolver ativamente os consumidores nesta problemática.

Para além das iniciativas dos produtores e comerciantes deste produto, a compra e o consumo de café de forma responsável está nas mãos de todos os consumidores, assim como, a responsabilidade em minimizar as alterações climáticas e os seus efeitos, é uma missão coletiva.

A missão responsável e individual de todos os consumidores será o contributo mais eficaz
para a salvação do planeta e, do nosso tão amado, café!

A missão responsável e individual de todos será o contributo mais eficaz para a salvação do planeta e, do nosso tão amado, café!

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